Flora e vegetação
A riqueza e a biodiversidade florística desta Área Protegida é expressa pela presença de diversas espécies de ecologia muito particular, endémicas, raras ou com estatuto de conservação e protecção elevado: a açucena-brava Paradisea lusitanica, o cravo-dos-alpes Arnica montana, o satirião-malhado Dactylorhiza maculata, o Teucrium salviastrum, a Genciana pneumonanthe, a Arenaria queroides, a Luzula sylvestris subsp. henriquesii ou a orvalhinha Drosera rotundifolia, entre outras.
O carvalhal autóctone insere-se nos carvalhais galaico-portugueses apresentando vestígios das comunidades climáticas da aliança Quercion robori-pyrenacae. A importância destes bosques do ponto de vista botânico é notável pela biodiversidade que encerram.
Nas áreas de maior influência atlântica, abaixo dos 600 m de altitude (andares colino-submontanos) e maior acidez de solos domina o carvalho-roble Quercus robur, formando associação com castanheiros Castanea sativa, pilriteiros Crataegus monogyna, azevinhos Ilex aquifolium, arandos Vaccinium myrtillus, gilbardeiras Ruscus aculeatus
ou linarias Linaria triornithophora.
Nas encostas mais expostas, viradas a sul, surgem outras companheiras de ecologia mais termófila, mas de influência atlântica como sobreiro Quercus suber, medronheiro Arbutus unedo, loureiro Laurus nobilis ou lentisco Phyllirea angustifolia.
Com o aumento da altitude e da influência continental, a composição florística dos carvalhais altera-se, surgindo bosques mistos de carvalho-roble Quercus robur e de carvalho- negral Quercus pyrenaica. Este forma novos tipos de associações, consoante a altitude, precipitação, exposição ou qualidade de solos com erva-molar Holcus mollis, arenara Arenaria montana, búgula Ajuga pyramidalis subsp. Meonantha, giesta-piorneira Genista florida, cerdeira Prunus avium ou com Omphalodes nitida, violeta Viola riviniana, erva-pombinha Aquilegia vulgaris subp. dichroa e anémona-dos- bosques Anemone trifolia subsp. albida. Evidenciando uma forte influência mediterrânica salientam-se bolsas em que Q. pyrenaica é acompanhado por tojo-gadanho Genista falcata, rosmaninho Lavandula stoechas subsp. pedunculata e trovisco Daphne gnidium, numa situação marginal.
Os vidoeiros Betula alba testemunham a época da glaciação da Península Ibérica estando hoje representados em associação com os carvalhos ou acantonados em pequenos bosques vestigiais (vidoais), acompanhado por Saxifraga spathularis, Crepis lampsanoides, Holcus mollise urze-branca Erica arborea.
A regressão das comunidades climácicas é bastante evidente, resultando a maior parte das formações arbustivas de etapas diversas da degradação dos carvalhais e vidoais. Assumem, contudo, grande importância para as comunidades rurais e sobretudo para certo tipo de fauna que encontra nela o seu habitat.
Os giestais dominados por giesteira-das-vassouras Cytisus striatus e Genista florida e com Erica arborea constituem a primeira etapa de degradação dos carvalhais dos andares supra e mesomediterrânico, colino e montano. Nas orlas (ecótonos) dos carvalhais de maior altitude surgem matorrais dominados por Erica arborea e Genista falcata.
Mais degradados e alterados pela acção do homem, vamos encontrar, em zonas de menor altitude e de forte influência atlântica, matos de composição e associações diferentes em que se destacam os tojais de tojo-molar Ulex minor e tojo-arnal U. europaeus, podendo aparecer com alguma expressão a torga Calluna vulgaris e matos baixos de urzais, carquejais e sargaçais com queiroga Erica umbellata, carqueja Chamaespartium tridentatum e sargaço Halimium lasianthum subsp. alyssoides, nas zonas de transição entre as regiões eurosoberiana e a mediterrânica.
Nos matos altos, mas a grande altitude em solos bem drenados, com grande acumulação de matéria orgânica, podemos encontrar urzais-de-urgueira Erica australis e Erica umbellata. Ainda nestes andares em zonas de forte influência atlântica em depressões ou fundo de vales com fraca drenagem surgem urzais higrófilos de urze-peluda Erica tetralix, giesteira Genista micrantha, Genista anglica, junco Juncus squarrosus, Luzula campestris e Ulex minor.
Nos cursos de água (rios e ribeiras), bem como nas suas beiradas húmidas adjacentes, levadas de rega tradicionais ou taludes encharcados e umbrosos, desenvolve-se uma associação vegetal típica, a vegetação ribeirinha ou ripícola, com importante função ao nível da estabilização das margens, segurando os solos e evitando a erosão. As espécies que a caracterizam são entre outras amieiro Alnus glutinosa, sanguinho Frangula alnus, freixo Fraxinus angustifolia, salgueiro Salix spp., Betula alba, urze-branca Erica arborea, feto-real Osmunda regalis ou feto-pente Blechnum spicant, para além de muitas hepáticas e musgos de enorme beleza.
Os prados de lima abrem-se em extensas clareiras entre os carvalhais oferecendo um quadro paisagístico, biogenético e científico de grande valor pela presença de um conjunto rico e diversificado em espécies, algumas raras e ameaçadas.
A preservação das formas e práticas agrícolas tradicionais, nomeadamente a utilização dos lameiros pelo gado bovino maronês e o corte dos fenos, proporcionam um certo equilíbrio nas sucessões vegetais favorecendo as condições ecológicas para o aparecimento destas e de outras espécies de extrema importância botânica. Torna-se assim importante apoiar estas formas de exploração da terra por parte das comunidades rurais de montanha.
As formações arbóreas são caracterizadas pela presença dos carvalhais galaico-portugueses de carvalho-negral e carvalho- roble, vidoais e sobreirais. Matagais dominados por urzes, carquejas e sargaços.
Florísticamente encontramos um conjunto importante de espécies tanto em habitats, com influência humana, quer naturais ou semi-naturais tais como o azevinho, o arando, a búgula, a anémona-dos-bosques ou a aquilégia.
A intervenção do homem neste Parque tem determinado a manutenção e o equilíbrio entre as diferentes formas de vida da fauna selvagem. Esta atitude tem contribuído para a diversidade biológica ao serem criadas novas unidades ecológicas (biótopos), campos agrícolas, lameiros, sebes, etc., que se associam aos biótopos naturais.
ou linarias Linaria triornithophora.
Nas encostas mais expostas, viradas a sul, surgem outras companheiras de ecologia mais termófila, mas de influência atlântica como sobreiro Quercus suber, medronheiro Arbutus unedo, loureiro Laurus nobilis ou lentisco Phyllirea angustifolia.
Com o aumento da altitude e da influência continental, a composição florística dos carvalhais altera-se, surgindo bosques mistos de carvalho-roble Quercus robur e de carvalho- negral Quercus pyrenaica. Este forma novos tipos de associações, consoante a altitude, precipitação, exposição ou qualidade de solos com erva-molar Holcus mollis, arenara Arenaria montana, búgula Ajuga pyramidalis subsp. Meonantha, giesta-piorneira Genista florida, cerdeira Prunus avium ou com Omphalodes nitida, violeta Viola riviniana, erva-pombinha Aquilegia vulgaris subp. dichroa e anémona-dos- bosques Anemone trifolia subsp. albida. Evidenciando uma forte influência mediterrânica salientam-se bolsas em que Q. pyrenaica é acompanhado por tojo-gadanho Genista falcata, rosmaninho Lavandula stoechas subsp. pedunculata e trovisco Daphne gnidium, numa situação marginal.
Os vidoeiros Betula alba testemunham a época da glaciação da Península Ibérica estando hoje representados em associação com os carvalhos ou acantonados em pequenos bosques vestigiais (vidoais), acompanhado por Saxifraga spathularis, Crepis lampsanoides, Holcus mollise urze-branca Erica arborea.
A regressão das comunidades climácicas é bastante evidente, resultando a maior parte das formações arbustivas de etapas diversas da degradação dos carvalhais e vidoais. Assumem, contudo, grande importância para as comunidades rurais e sobretudo para certo tipo de fauna que encontra nela o seu habitat.
Os giestais dominados por giesteira-das-vassouras Cytisus striatus e Genista florida e com Erica arborea constituem a primeira etapa de degradação dos carvalhais dos andares supra e mesomediterrânico, colino e montano. Nas orlas (ecótonos) dos carvalhais de maior altitude surgem matorrais dominados por Erica arborea e Genista falcata.
Mais degradados e alterados pela acção do homem, vamos encontrar, em zonas de menor altitude e de forte influência atlântica, matos de composição e associações diferentes em que se destacam os tojais de tojo-molar Ulex minor e tojo-arnal U. europaeus, podendo aparecer com alguma expressão a torga Calluna vulgaris e matos baixos de urzais, carquejais e sargaçais com queiroga Erica umbellata, carqueja Chamaespartium tridentatum e sargaço Halimium lasianthum subsp. alyssoides, nas zonas de transição entre as regiões eurosoberiana e a mediterrânica.
Nos matos altos, mas a grande altitude em solos bem drenados, com grande acumulação de matéria orgânica, podemos encontrar urzais-de-urgueira Erica australis e Erica umbellata. Ainda nestes andares em zonas de forte influência atlântica em depressões ou fundo de vales com fraca drenagem surgem urzais higrófilos de urze-peluda Erica tetralix, giesteira Genista micrantha, Genista anglica, junco Juncus squarrosus, Luzula campestris e Ulex minor.
Nos cursos de água (rios e ribeiras), bem como nas suas beiradas húmidas adjacentes, levadas de rega tradicionais ou taludes encharcados e umbrosos, desenvolve-se uma associação vegetal típica, a vegetação ribeirinha ou ripícola, com importante função ao nível da estabilização das margens, segurando os solos e evitando a erosão. As espécies que a caracterizam são entre outras amieiro Alnus glutinosa, sanguinho Frangula alnus, freixo Fraxinus angustifolia, salgueiro Salix spp., Betula alba, urze-branca Erica arborea, feto-real Osmunda regalis ou feto-pente Blechnum spicant, para além de muitas hepáticas e musgos de enorme beleza.
Os prados de lima abrem-se em extensas clareiras entre os carvalhais oferecendo um quadro paisagístico, biogenético e científico de grande valor pela presença de um conjunto rico e diversificado em espécies, algumas raras e ameaçadas.
A preservação das formas e práticas agrícolas tradicionais, nomeadamente a utilização dos lameiros pelo gado bovino maronês e o corte dos fenos, proporcionam um certo equilíbrio nas sucessões vegetais favorecendo as condições ecológicas para o aparecimento destas e de outras espécies de extrema importância botânica. Torna-se assim importante apoiar estas formas de exploração da terra por parte das comunidades rurais de montanha.
As formações arbóreas são caracterizadas pela presença dos carvalhais galaico-portugueses de carvalho-negral e carvalho- roble, vidoais e sobreirais. Matagais dominados por urzes, carquejas e sargaços.
Florísticamente encontramos um conjunto importante de espécies tanto em habitats, com influência humana, quer naturais ou semi-naturais tais como o azevinho, o arando, a búgula, a anémona-dos-bosques ou a aquilégia.
A intervenção do homem neste Parque tem determinado a manutenção e o equilíbrio entre as diferentes formas de vida da fauna selvagem. Esta atitude tem contribuído para a diversidade biológica ao serem criadas novas unidades ecológicas (biótopos), campos agrícolas, lameiros, sebes, etc., que se associam aos biótopos naturais.
Fauna
Destacam-se pela sua importância, em termos de conservação para a área protegida o lobo Canis lupus, o morcego-de-bigodes Myotis mystacinus, o morcego-de-franja Myotis nattereri, morcego-rabudo Tadarida teniotis, a águia-cobreira Circaetus gallicus, o falcão-peregrino Falco peregrinus, a petinha-ribeirinha Anthus spinoletta, melro-das-rochas Monticola saxatilis, o papa-moscas Ficedula hipoleuca, a gralha-de-bico-vermelho Pyrrhocorax pyrrhocorax ou o dom-fafe Pyrrhula pyrrhula.
De um modo geral as espécies animais são típicas de determinados locais, estando ligadas mais a um ou outro biótopo, onde a sua actividade biológica mais se concentra, ou seja o seu habitat.
O meio aquático (cursos de água e suas margens, charcos, zonas alagadiças, pequenos açudes e lagoas) suporta populações diversas de pequenos macroinvertebrados, como a libélula ou o alfaiate que alimentam toda uma cadeia trófica que aqui se inicia. Entre as diversas espécies de peixes presentes destaca-se a truta-marisca Salmo trutta, característica de troços mais torrenciais e mais montanhosos dos rios e ribeiras.
Os anfíbios procuram nos charcos, zonas alagadiças, linhas de água, tanques, poços e locais mais húmidos e umbrosos, a água para se reproduzirem ou humedecerem a sua pele nua. Merecem destaque pela sua raridade ou abundância salamandra-lusitânica Chioglossa lusitanica, tritão-de-ventre- laranja Triturus boscai, rã-ibérica Rana iberica, rã-de-focinho-pontiagudo Discoglossus galgonoi, lagarto-de-água Lacerta schreiberi, cobras-de-água Natrix maura e N. natrix.
Certas aves procuram também as zonas ribeirinhas para seu habitat: galinhola Scolopax rusticola, narceja Gallinago gallinago, alvéolas Motacila flava e M. cinerea, o melro-de-água Cinclus cinclus ou o pica-peixe Alcedo athis. A toupeira-de-água Galemys pyrenaicus e a lontra Lutra lutra são mamíferos que também aqui encontram as frescas e límpidas águas da montanha.
Os carvalhais constituem um biótopo importante para a sobrevivência de muitas espécies, encerrando um potencial em biodiversidade elevado.
Também assumem particular importância os povoamentos florestais de resinosas, os bosques mistos e os antigos olivais abandonados.
Nas aves, a rola Streptopelia turtur, a poupa Upupa epops, a trepadeira-azul Sitta europaea ou o pica-pau-verde Picus viridis, podem ser encontrados a procurar pequenos insectos nos velhos carvalhos. O açor Accipiter gentilis e o gavião Accipiter nisus são rapinas típicas deste meio, instalando o seu ninho e caçando na sua orla, assim como as nocturnas coruja-do-mato Strix aluco e mocho-galego Anthene noctua que escondidas no arvoredo aguardam pacientemente por algum leirão Eliomys quercinus que passe à sua frente. A águia-de-asa-redonda Buteo buteo, o tentilhão-comum Fringila coelebs, a estrelinha-de-cabeça-listada Regulus ignicapillus ou a tordeia Turdus viscivorus, ocupam tanto os bosques mistos (compostos de espécies de folha caduca e de folha persistente), como as matas de coníferas. Já o cruza-bico Loxia curvirostra e o bico-grossudo Coccothrausters coccothrautes preferem as matas puras de coníferas ricas em pinhas.
Os matos e matagais são também importantes biótopos onde uma variada fauna procura o seu habitat. Sendo áreas mais abertas oferecem menos refúgio, sendo mais utilizadas por répteis e aves e alguns mamíferos de menor porte. Sempre que um rasgo de sol penetra na atmosfera é imediatamente procurado pelo sardão Lacerta lepida, pelas lagartixas Podarcis bocagei e P. hispanica ou ainda pela cobra-bordalesa Coronella girondica e pela cobra-rateira Malpolon monspessulanus. Nidificando no chão ou nos pequenos arbustos deste biótopo encontram-se a águia-caçadeira Circus pygargus, o tartaranhão-azulado Circus cyaneus, a felosa-do-mato Sylvia undata, o cartacho-preto Saxicola torquata, a ferreirinha Prunella modularis, o picanço-real Lanius excubitor e as petinhas Anthus spp.
As escarpas, falésias ou encostas declivosas de montanha são bastante utilizadas pela andorinha-das-rochas Ptyonoprogne rupestris e pelo andorinhão-preto Apus apus, que em pleno voo captura os insectos de que se alimenta. Também o peneireiro-de-dorso-malhado Falco tinnunculus, o mocho-real Bubo bubo, o melro-azul Monticola solitarius e o corvo Corvus corax, utilizam este biótopo.
De um modo geral as espécies animais são típicas de determinados locais, estando ligadas mais a um ou outro biótopo, onde a sua actividade biológica mais se concentra, ou seja o seu habitat.
O meio aquático (cursos de água e suas margens, charcos, zonas alagadiças, pequenos açudes e lagoas) suporta populações diversas de pequenos macroinvertebrados, como a libélula ou o alfaiate que alimentam toda uma cadeia trófica que aqui se inicia. Entre as diversas espécies de peixes presentes destaca-se a truta-marisca Salmo trutta, característica de troços mais torrenciais e mais montanhosos dos rios e ribeiras.
Os anfíbios procuram nos charcos, zonas alagadiças, linhas de água, tanques, poços e locais mais húmidos e umbrosos, a água para se reproduzirem ou humedecerem a sua pele nua. Merecem destaque pela sua raridade ou abundância salamandra-lusitânica Chioglossa lusitanica, tritão-de-ventre- laranja Triturus boscai, rã-ibérica Rana iberica, rã-de-focinho-pontiagudo Discoglossus galgonoi, lagarto-de-água Lacerta schreiberi, cobras-de-água Natrix maura e N. natrix.
Certas aves procuram também as zonas ribeirinhas para seu habitat: galinhola Scolopax rusticola, narceja Gallinago gallinago, alvéolas Motacila flava e M. cinerea, o melro-de-água Cinclus cinclus ou o pica-peixe Alcedo athis. A toupeira-de-água Galemys pyrenaicus e a lontra Lutra lutra são mamíferos que também aqui encontram as frescas e límpidas águas da montanha.
Os carvalhais constituem um biótopo importante para a sobrevivência de muitas espécies, encerrando um potencial em biodiversidade elevado.
Também assumem particular importância os povoamentos florestais de resinosas, os bosques mistos e os antigos olivais abandonados.
Nas aves, a rola Streptopelia turtur, a poupa Upupa epops, a trepadeira-azul Sitta europaea ou o pica-pau-verde Picus viridis, podem ser encontrados a procurar pequenos insectos nos velhos carvalhos. O açor Accipiter gentilis e o gavião Accipiter nisus são rapinas típicas deste meio, instalando o seu ninho e caçando na sua orla, assim como as nocturnas coruja-do-mato Strix aluco e mocho-galego Anthene noctua que escondidas no arvoredo aguardam pacientemente por algum leirão Eliomys quercinus que passe à sua frente. A águia-de-asa-redonda Buteo buteo, o tentilhão-comum Fringila coelebs, a estrelinha-de-cabeça-listada Regulus ignicapillus ou a tordeia Turdus viscivorus, ocupam tanto os bosques mistos (compostos de espécies de folha caduca e de folha persistente), como as matas de coníferas. Já o cruza-bico Loxia curvirostra e o bico-grossudo Coccothrausters coccothrautes preferem as matas puras de coníferas ricas em pinhas.
Mais conspícuos e de hábitos muito específicos, certos mamíferos refugiam-se ou procuram o seu alimento neste meio. O corço Capreolus capreolus, o gato-bravo Felix silvestris, o esquilo Sciurus vulgaris e certos mustelídeos como o arminho Mustela erminea, a fuinha Martes foina, o toirão Mustela putorius, ou a geneta Genetta genetta, são disso exemplo.
Os matos e matagais são também importantes biótopos onde uma variada fauna procura o seu habitat. Sendo áreas mais abertas oferecem menos refúgio, sendo mais utilizadas por répteis e aves e alguns mamíferos de menor porte. Sempre que um rasgo de sol penetra na atmosfera é imediatamente procurado pelo sardão Lacerta lepida, pelas lagartixas Podarcis bocagei e P. hispanica ou ainda pela cobra-bordalesa Coronella girondica e pela cobra-rateira Malpolon monspessulanus. Nidificando no chão ou nos pequenos arbustos deste biótopo encontram-se a águia-caçadeira Circus pygargus, o tartaranhão-azulado Circus cyaneus, a felosa-do-mato Sylvia undata, o cartacho-preto Saxicola torquata, a ferreirinha Prunella modularis, o picanço-real Lanius excubitor e as petinhas Anthus spp.
As escarpas, falésias ou encostas declivosas de montanha são bastante utilizadas pela andorinha-das-rochas Ptyonoprogne rupestris e pelo andorinhão-preto Apus apus, que em pleno voo captura os insectos de que se alimenta. Também o peneireiro-de-dorso-malhado Falco tinnunculus, o mocho-real Bubo bubo, o melro-azul Monticola solitarius e o corvo Corvus corax, utilizam este biótopo.
A osga-comum Tarentola mauritanica instala-se nas fendas dos muros, paredes e nas velhas habitações de xisto nas zonas de fácies mais seco. Regista-se a presença de espécies da fauna típicas das serranias do norte interior com algumas espécies raras, ameaçadas ou únicas.
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