quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Parque Natural do Tejo Internacional

A Flora

Numa paisagem de cariz dominantemente mediterrânico, salientam-se no coberto vegetal a azinheira Quercus rotundifolia, o sobreiro Quercus suber e o carrasco Quercus coccifera; o lentisco Phillyrea angustifolia e o aderno-de-folhas-largas Phillyrea latifolia; o medronheiro Arbutus unedo e várias urzes Erica spp.; a esteva Cistus ladanifer e o zambujeiro Olea europaea var. sylvestris; o aderno Rhamnus alaternus e o espinheiro-preto Rhamnus lycioides subsp. oleoides; a aroeira Pistacia lentiscus e a cornalheira Pistacia terebinthus; o alecrim Rosmarinus officinalis e o rosmaninho Lavandula stoechas subsp. sampaiana.


Neste território foram identificados até à data 610 taxa distribuídos por 92 famílias botânicas, salientando-se desta fitodiversidade as 51 espécies endémicas detectadas. Merecem particular destaque Anthyllis lusitanica e Campanula transtagana cuja área de distribuição de restringe ao centro e sul de Portugal Continental;

Anthyllis lotoides, bocas-de-lobo Antirrhinum graniticum, labrêsto-de-flor-amarela Brassica barrelieri, Bufonia macropetala, lavapé Centaurea ornata, giesta-branca Cytisus multiflorus, giesta-amarela Cytisus striatus, cravinas-bravas Dianthus lusitanus, salva-brava Phlomis lychnitis, Silene scabriflora, rosmaninho Lavandula stoechas subsp. luisieri.

Evidencia-se, igualmente, a presença de Salix eleagnos – dado ser uma espécie muito pouco frequente na subprovíncia luso-extremadurense – e de Andryala ragusina – planta endémica da Península Ibérica com estatuto de rara.
Para além de Anthyllis lusitanica encontram-se ainda listados no Anexo B-V do Decreto-Lei n.º 140/99, de 24 de Abril, republicado pelo Decreto-Lei n.º 49/2005, de 24 de Fevereiro, (transposição para a ordem jurídica nacional da Directiva 92/43/CEE vulgo Directiva Habitats), a gilbardeira Ruscus aculeatus, as campainhas-amarelas Narcissus bulbocodium e o lírio-amarelo-dos-montes Iris lusitanica; no Anexo B-IV Narcissus triandrus e no Anexo B-II Juncus valvatus.



A Fauna




O Parque Natural do Tejo Internacional alberga um importante cortejo faunístico incluindo mais de duzentas espécies de vertebrados. Dentre estas últimas, onze são consideradas “em perigo”, treze “vulneráveis” e outras tantas “raras”. Entre os mamíferos, presença da lontra Lutra lutra, do gato-bravo Felis silvestris e do toirão Mustela putoris. Avifauna numerosa com destaque para a ocorrência de espécies com estatuto de “em perigo” como a cegonha-preta Ciconia nigra, o abutre-preto Aegypius monachus e a águia-real Aquila chrysaetos. Presença de alguns peixes com o estatuto de “raro” como a boga-de-boca-arqueada Chondrostoma lemmingi e com o estatuto de “comercialmente ameaçado” como a enguia Anguilla anguilla.

A cegonha-preta Ciconia nigra

Trata-se de uma espécie ameaçada, de distribuição muito localizada em Portugal Continental. Constrói os seus ninhos em escarpas e árvores de grande porte, normalmente em zonas inóspitas. Frequenta as zonas mais áridas e isoladas do interior, como é o caso do vale do Tejo e de alguns dos seus afluentes. Espécie nidificante, permanece em Portugal entre Fevereiro e Setembro.



O grifo Gyps fulvus

A maior parte da população de grifo existente no nosso país encontra-se hoje em dia limitada aos vales alcantilados do Douro e Tejo internacionais e seus afluentes. No Parque Natural do Tejo Internacional, esta ave pode observar-se ao longo dos rios Tejo e Erges, sobretudo em Segura e Salvaterra do Extremo (ver percursos pedestres).



O abutre do Egipto Neophron percnopterus

Esta espécie frequenta zonas pouco povoadas do interior e pouco arborizadas, nidificando nos vales alcantilados e quentes, preferindo a existência de terrenos de caça abertos e de fragas com fendas, onde constrói os ninhos. A sua população, a exemplo dos restantes países europeus onde nidifica, parece estar em declínio. A sua presença no Tejo Internacional verifica-se a partir de Fevereiro.



A águia-real Aquila chrysaetos

Esta é uma espécie “em perigo” que necessita de grandes territórios de caça, com escassa presença humana e com locais escarpados para nidificar que, no caso desta Área Protegida, são as escarpas das encostas do rio Tejo e seus afluentes.

 


A águia de Bonelli Hiearatus fasciatus

À semelhança do que sucede noutros países, a população portuguesa desta espécie encontra-se em declínio. Esta ave prefere zonas escassamente habitadas, com alguns espaços abertos, que utiliza como território de caça. Constrói ninhos em escarpas, quer nos vales encaixados dos rios, quer em grandes árvores em zonas inóspitas.

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