A Flora
A vegetação natural do Douro Internacional marca presença em todo o seu esplendor nas encostas do rio Douro, revestindo as arribas do Douro de bosques endémicos de zimbro dominados maioritariamente por zimbros (Juniperus oxycedrus) e por azinheiras (Quercus rotundifolia), que penetram pelos vales dos afluentes do Sabor e do Águeda.
Na zona de planalto temos uma conjugação entre os locais mais temperados com carvalhais de carvalho-negral (Quercus pyrenaica) e em zonas marcadamente mediterrânicas, azinhais e sobreirais (Quercus suber) com zimbros. Este riquíssimo património natural pode ainda contar com os bosques de lódão-bastardo (Celtis australis) nas encostas mais húmidas do Douro e afluentes, como é o caso da ribeira do Mosteiro e ribeira da Sapinha.
Nos afluentes mais a norte, como o Fresno e tantos outros que desaguam directamente no Douro, podem observar-se cortinas bem conservadas de salgueirais de Salix atrocinerea, S. neotricha, S. erytroclados e S. salvifolia, bem como amieiros (Alnus glutinosa) e choupos (Populus nigra var. betulifolia), num mosaico singular de lameiros compartimentados por sebes de freixos (Fraxinus angustifolia), carvalhos, trepadeiras, silvados, roseiras, madressilvas. Estes lameiros contam com a presença de vários endemismos, orquídeas, narcisos e muitas outras bulbosas, suportando uma assinalável diversidade de espécies e habitats particulares. Os rios e ribeiros são delineados por ranúnculos-de-água.
Em espaços reduzidos e muito fragmentados ao longo do leito de cheias rochoso do Douro podemos observar a magnífica Aphyllanthes monspeliensis acompanhada pela Petrorhagia saxifraga, Peucedanum officinalis, Centaurea ornata, Dianthus marizii, a endémica Silene boryii subsp. duriensis, Allium schmitzii, Coronilla minima, Galega officinalis, Piptatherum paradoxum, Scorzonera crispatula, Anthericum liliago, Silene micropetala, Sideritis danielii, Avenula bromoides, Galium fruticescens, Fumana ericifolia, Linum austriacum, Plantago sempervirens, Narcissus jonquilla e Globularia vulgaris que se estendem, apesar de fragmentadas pelas barragens, até ao concelho de Mogadouro.
Em Bemposta (Mogadouro) esta diversidade é enriquecida pela introdução de comunidades de vegetação não nitrófila de areias de leitos de cheias do Douro, enquadráveis na associação fitossociológica Malcolmietalia com um elenco particular como Loeflingia hispanica, Malcolmia triloba subsp. patula, Linaria bipunctata, Plantago albicans, Pistorinia hispanica e outras. Destaque ainda para os endemismos durienses Isatis platyloba, Stipa lagasca, Antirrhinum lopesianum, e Viola suavis, esta última em leitos de cheias rochosas do Douro.
Nas cascalheiras grosseiras do rio Douro, no concelho de Mogadouro, em ambientes de extrema instabilidade natural provocada pelas cheias do Douro, podemos observar espécies como Andryala ragusina, Lactuca viminea subsp chondrilliflora e Rumex induratus. A Linaria coutinhoi, endémica do nordeste transmontano, também pontua este concelho de Mogadouro, estendendo a sua presença até Freixo de Espada à Cinta. Neste último concelho localiza-se ainda um paleoendemismo Cosentinea vellea, que em associação com Convolvulus silicus enriquece os azinhais mediterrânicos xistosos que colonizam as vertentes mais acidentadas por entre as quintas e herdades da região demarcada do Douro.
Na Margem do Douro, imediatamente a jusante da barragem de Saucelle, podem observar-se salgueirais endémicos de Salix purpurea subsp. lambertinana. Também a presença de Salix triandra var. amygdalina, dada para Barca d’Alva junto ao Douro, realça bem a diversidade de espécies de salgueiros que o Douro alberga ao longo de todo o seu percurso. Ao longo das margens do Douro também podemos observar as tamargueiras Tamarix africana e os choupais autóctones de Populus nigra var. betulifolia.
A sul do território, concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, também a vegetação característica de leitos de cheia rochosos, desta vez do Águeda, são de elevada importância para a conservação da natureza com comunidades dominadas por Bufonia macropetala, Anarrhinum duriminum, Petrorhagia saxifraga, Allium schmitzii, Allium oleraceum, entre outras.
Em todo o Douro Internacional é possível observar a presença de outro emblemático endemismo característico de taludes mais húmidos das arribas do Douro, a endémica gramínea Holcus setiglumis subsp. duriensis.
Na zona de planalto temos uma conjugação entre os locais mais temperados com carvalhais de carvalho-negral (Quercus pyrenaica) e em zonas marcadamente mediterrânicas, azinhais e sobreirais (Quercus suber) com zimbros. Este riquíssimo património natural pode ainda contar com os bosques de lódão-bastardo (Celtis australis) nas encostas mais húmidas do Douro e afluentes, como é o caso da ribeira do Mosteiro e ribeira da Sapinha.
Nos afluentes mais a norte, como o Fresno e tantos outros que desaguam directamente no Douro, podem observar-se cortinas bem conservadas de salgueirais de Salix atrocinerea, S. neotricha, S. erytroclados e S. salvifolia, bem como amieiros (Alnus glutinosa) e choupos (Populus nigra var. betulifolia), num mosaico singular de lameiros compartimentados por sebes de freixos (Fraxinus angustifolia), carvalhos, trepadeiras, silvados, roseiras, madressilvas. Estes lameiros contam com a presença de vários endemismos, orquídeas, narcisos e muitas outras bulbosas, suportando uma assinalável diversidade de espécies e habitats particulares. Os rios e ribeiros são delineados por ranúnculos-de-água.
Em espaços reduzidos e muito fragmentados ao longo do leito de cheias rochoso do Douro podemos observar a magnífica Aphyllanthes monspeliensis acompanhada pela Petrorhagia saxifraga, Peucedanum officinalis, Centaurea ornata, Dianthus marizii, a endémica Silene boryii subsp. duriensis, Allium schmitzii, Coronilla minima, Galega officinalis, Piptatherum paradoxum, Scorzonera crispatula, Anthericum liliago, Silene micropetala, Sideritis danielii, Avenula bromoides, Galium fruticescens, Fumana ericifolia, Linum austriacum, Plantago sempervirens, Narcissus jonquilla e Globularia vulgaris que se estendem, apesar de fragmentadas pelas barragens, até ao concelho de Mogadouro.
Em Bemposta (Mogadouro) esta diversidade é enriquecida pela introdução de comunidades de vegetação não nitrófila de areias de leitos de cheias do Douro, enquadráveis na associação fitossociológica Malcolmietalia com um elenco particular como Loeflingia hispanica, Malcolmia triloba subsp. patula, Linaria bipunctata, Plantago albicans, Pistorinia hispanica e outras. Destaque ainda para os endemismos durienses Isatis platyloba, Stipa lagasca, Antirrhinum lopesianum, e Viola suavis, esta última em leitos de cheias rochosas do Douro.
Nas cascalheiras grosseiras do rio Douro, no concelho de Mogadouro, em ambientes de extrema instabilidade natural provocada pelas cheias do Douro, podemos observar espécies como Andryala ragusina, Lactuca viminea subsp chondrilliflora e Rumex induratus. A Linaria coutinhoi, endémica do nordeste transmontano, também pontua este concelho de Mogadouro, estendendo a sua presença até Freixo de Espada à Cinta. Neste último concelho localiza-se ainda um paleoendemismo Cosentinea vellea, que em associação com Convolvulus silicus enriquece os azinhais mediterrânicos xistosos que colonizam as vertentes mais acidentadas por entre as quintas e herdades da região demarcada do Douro.
Na Margem do Douro, imediatamente a jusante da barragem de Saucelle, podem observar-se salgueirais endémicos de Salix purpurea subsp. lambertinana. Também a presença de Salix triandra var. amygdalina, dada para Barca d’Alva junto ao Douro, realça bem a diversidade de espécies de salgueiros que o Douro alberga ao longo de todo o seu percurso. Ao longo das margens do Douro também podemos observar as tamargueiras Tamarix africana e os choupais autóctones de Populus nigra var. betulifolia.
A sul do território, concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, também a vegetação característica de leitos de cheia rochosos, desta vez do Águeda, são de elevada importância para a conservação da natureza com comunidades dominadas por Bufonia macropetala, Anarrhinum duriminum, Petrorhagia saxifraga, Allium schmitzii, Allium oleraceum, entre outras.
Em todo o Douro Internacional é possível observar a presença de outro emblemático endemismo característico de taludes mais húmidos das arribas do Douro, a endémica gramínea Holcus setiglumis subsp. duriensis.
Relativamente à fauna de vertebrados silvestres, existem 250 espécies, sendo 35 de mamíferos, 170 de aves, 20 de répteis, 11 de anfíbios e 14 de peixes. A fauna de invertebrados é também diversificada mas ainda muito desconhecida.
É possível consultar alguns trabalhos já efectuados sobre a fauna do PNDI acedendo à página da Biblioteca Digital.
Aves
A avifauna é o grupo de maior representatividade nesta área, pela elevada diversidade e pela ocorrência de várias espécies ameaçadas, que guardam aqui uma importante parcela das suas populações nidificantes a nível nacional e ibérico. Das 170 espécies registadas, 126 são nidificantes, podendo considerar-se 4 grupos principais, as aves rupícolas, as aves florestais, as aves estepárias e as aves aquáticas.
As aves rupícolas são as mais emblemáticas deste território, concentrando-se aqui uma grande percentagem dos efectivos nacionais de algumas das espécies mais ameaçadas, tais como a Cegonha-preta (Ciconia nigra), Abutre do Egipto (Neophron percnopterus), Grifo (Gyps fulvus), Águia-real (Aquila chrysaetos), Águia de Bonelli (Hieraaetus fasciatus), Falcão-peregrino (Falco peregrinus), Bufo-real (Bubo bubo), Andorinhão-real (Apus melba), Gralha-de-bico-vermelho (Pyrrhocorax pyrrhocorax) e Chasco-preto (Oenanthe leucura).
Outras aves também observadas nestas zonas são os Melros-azuis (Monticola solitarius), Gralhas-de-nuca-cinzenta (Corvus monedula), Corvos (Corvus corax), Andorinhas-das-rochas (Ptyonoprogne rupestris) e Pombos-das-rochas (Columba livia).
Das aves florestais observáveis podemos destacar a presença do Milhafre-real (Milvus milvus), espécie muito ameaçada que possui um efectivo populacional importante nesta área, o Açor (Accipiter gentilis), o Milhafre-preto (Milvus migrans), a Felosa de Bonelli (Phylloscopus bonelli) e o Mocho-de-orelhas (Otus scops).
Nos terrenos de cultura cerealífera podemos encontrar aves estepárias tais como o Sisão (Tetrax tetrax), o Alcaravão (Burhinus oedicnemus), a Calhandra (Melanocorypha calandra), a Calhandrinha (Calandrella brachydactyla) e o Tartaranhão-caçador (Circus pygargus), espécie ameaçada que sobrevoa os campos de cereal na busca de alimento. No inverno, estes campos são o local de hibernação de várias espécies, em particular da Petinha-dos-campos (Anthus campestris).
As aves aquáticas ocupam os planos de água existentes no Território, podendo encontrar-se nestes biótopos várias espécies de patos e o Mergulhão-de-crista (Podiceps cristatus), nidificante habitual na barragem de Stª Maria de Aguiar.
Mamíferos
O mosaico de habitats (lameiros rodeados por sebes arbóreas, terrenos de cereal, vinhedos, etc.) que caracteriza a zona do planalto, constitui locais de refúgio para numerosas espécies de mamíferos das quais se destacam o lobo (Canis lupus), o Corço (Capreolus capreolus), o Gato-bravo (Felis silvestris), o Rato de Cabrera (Microtus cabrerae) e o Javali (Sus scrofa).
Existem também importantes colónias, tanto de hibernação como de criação, de morcegos cavernícolas (muitos dos quais ameaçados) em minas abandonadas e nos túneis das barragens.
Répteis e Anfíbios
No PNDI ocorre um elevado número de espécies deste grupo, do total presente em Portugal e na Península Ibérica. São de referir, pelo seu estatuto de ameaça o Cágado-de-carapaça-estriada (Emys orbicularis) e a Víbora-cornuda (Vipera latastei).
Peixes
O grupo das espécies de peixes presentes na área do PNDI sofreu, nas últimas décadas, alterações no seu número e composição, sendo actualmente constituído por 14 espécies, entre elas a Panjorca (Chondrostoma arcasii, em Perigo), o Barbo-comum (Barbus bocagei), Boga do Norte (Chondrostoma duriense) e o Escalo do Norte (Squalius carolitertii).
Invertebrados
Os invertebrados são o grupo faunístico menos conhecido, apesar de o PNDI ter sido alvo de um estudo recente sobre este grupo alargado de animais, realizado pelo CIBIO - Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos, no âmbito de um protocolo com o ICNB, que financiou o projecto, com comparticipação de fundos comunitários.
Actualmente são conhecidas algumas centenas de espécies de diversos grupos de Insectos, nomeadamente, Coleópteros (escaravelhos, carochas e besouros), Colêmbolos, Dermápteros (tesourinhas ou bichas-cadelas), Dípteros (moscas e mosquitos), Himenópteros (vespas e abelhas), Lepidópteros (borboletas e traças), Odonatos (libélulas e libelinhas) e Ortópteros (gafanhotos, grilos e saltões).
Para além dos Insectos, a fauna de Invertebrados registada do PNDI engloba mais de duzentas espécies de Aracnídeos, incluindo aranhas, um escorpião e um solífugo. De salientar a recente descrição, da área do Parque, de algumas espécies de aranhas novas para a ciência. O relatório completo deste estudo pode ser consultado através do link no final da página.
Os crustáceos não foram abordados no trabalho acima referido, mas são de referir os lagostins, estando a espécie autóctone (Lagostim-de-patas-brancas Austropotamobius pallipes) considerada como extinta apesar de ter ocorrido até recentemente nesta área. O Lagostim-vermelho (Procambarus clarkii), originário dos Estados Unidos, tem vindo a expandir-se por toda a área.
Sem comentários:
Enviar um comentário